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CAPES aposenta Qualis: entenda

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) anunciou uma mudança histórica no modo como avalia a produção científica brasileira. A principal novidade é o fim do antigo sistema Qualis — conhecido por classificar revistas científicas em estratos como A1, A2, B1 etc. — e a adoção de um modelo de avaliação focado nos artigos científicos individualmente. A mudança, no entanto, vem sendo alvo de críticas pela falta de padronização entre áreas e o risco de aumento na subjetividade das análises.

O que muda com o novo sistema da CAPES?
A proposta da CAPES agora divide a avaliação em três procedimentos distintos, cabendo a cada área do conhecimento escolher qual adotar ou combiná-los:

Avaliação bibliométrica com base no periódico – similar ao antigo Qualis, usa métricas de impacto de bases como Scopus, JCR e Google Scholar para classificar o artigo em percentis, de A1 (acima de 87,5%) até A8 (abaixo de 12,5%).
Avaliação bibliométrica + critérios qualitativos do periódico – além dos dados de citação, leva em conta fatores como acesso aberto, indexação em bases relevantes, valorização de periódicos nacionais e critérios formais definidos por cada área.
Análise qualitativa do artigo – o mais polêmico, permite que cada área defina metodologias próprias para avaliar a relevância, contribuição científica e inovação conceitual do trabalho.
Por que há tantas críticas ao novo modelo?
Em teoria, a mudança busca valorização do mérito do artigo, e não apenas o prestígio do periódico onde foi publicado — o que parece um avanço. Também promove a autonomia das áreas, permitindo que definam o que consideram relevante em suas produções.

No entanto, especialistas como o psicometrista Bruno Damásio, autor do perfil @psicometriaonline, apontam riscos sérios de inconsistência e falta de isonomia na proposta. “Se cada área tem liberdade total para definir seus critérios, um mesmo artigo poderá receber avaliações completamente diferentes apenas por pertencer a áreas distintas”, alerta.

Subjetividade pode comprometer a transparência
O terceiro critério de avaliação é o que mais levanta preocupações. Como definir o que é “relevante” ou “inovador” sem critérios objetivos? O receio é que essa abertura gere avaliações ideológicas, enviesadas ou arbitrárias.

“O sistema parece moderno, mas corre o risco de institucionalizar a subjetividade”, escreve Damásio. “Vamos precisar de sorte para que o avaliador entenda o nosso artigo — e mais sorte ainda para que ele esteja ideologicamente alinhado com nossa forma de pesquisa.”

Falta de padronização pode inviabilizar comparações
Outro ponto sensível é a impossibilidade de comparar programas de pós-graduação entre si, já que cada área poderá adotar um sistema próprio. Isso quebra a lógica de uma avaliação nacional uniforme, dificultando decisões de fomento, corte de verbas ou reestruturação de cursos.

“É como comparar alhos com bugalhos”, critica Damásio. “A produção de um programa avaliado por citações será comparada com outro julgado por critérios internos subjetivos.”

O que era solução pode virar problema
A proposta da CAPES tenta corrigir distorções do Qualis, criticado por privilegiar periódicos estrangeiros e desvalorizar a ciência nacional. Contudo, ao apostar em uma estrutura fragmentada, o novo modelo pode criar um ambiente ainda mais opaco, onde as regras variam demais e a previsibilidade da avaliação científica desaparece.